Estar em período de transição é algo conflituoso e incômodo.
Não gosto de me sentir incomodada...mas e quem gosta? Gostamos de sentir a estabilidade
nos acolhendo, nos protegendo de todos os perigos das novidades do mundo lá
fora. O medo de errar, de perder, de ter que escolher, nos rodeia como um
carrasco esperando a sua vítima. Medo de viver...mas viver é se arriscar, é de
repente topar com pessoas ignorantes, grossas e antiéticas, com pessoas que não
valorizam o seu trabalho, com seres ínfimos que conseguem tirar sua paz. Medo de se submeter a testes de adequações de
padrões preestabelecidos, medo de não estar nesses padrões... de não ser
aceito, de não aceitar, medo de não crescer. Mas, viver é se arriscar. Mas, não
quero me arriscar...mas, quero viver. É,
isso é incompatível e tão desejado. Tudo bem...dentre os riscos estão boas surpresas.
E não o presente passado de Koselleck, mas o presente este mesmo, já,
neste......exato segundo, nestas vivências imediatas. Esta é a única chance temporal
que temos de mudar este sentimento de nó na garganta, que adoece (por vezes
literalmente) e nos deixa entregues à angústia. Sei que devo me agarrar a isso,
ao otimismo e findar este pequeno texto com uma mensagem de esperança para mim
mesma. Prefiro ser realista ao ponto de dizer: sim, você vai continuar
encontrando pessoas imbecis e pequenas pelo caminho, e vai ter que lidar com
isso; você precisa se preocupar sim em se adequar aos espaços que quer
pertencer; você vai ter que escolher o tempo inteiro sobre os rumos da sua
vida; e em meio a tudo isso, a pesar de tudo, terá pessoas que valem a pena
estar perto, amar de que forma for, desejar o bem delas. A vida é essa ausência
de definição, que deve ser vivida e ponto.