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adimiradora de música, história, gatos... apaixonada e racional, séria e lesa.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Gelato

Meu coração congelado
Rápido, descompassado
Continua seguindo passos
De teimosia e paixão


Ideias vão em pedaços
Caco irrestaurável
De desejo amordaçado
Num sonho na contramão


Quebrou-se meu assoalho
Asas tornaram braços
Mente vaga em cansaço
Caminho em suspenção


Eu tomarei meu gelato?
Aquele de negros descalços
Carregadores entoados
E gelo da embarcação?


A História requer relatos
Clio, te imploro cuidados
E nesse caminho árduo
As fontes me encontrarão

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Avessos

Desprender-se
de conceitos,
Apreços,
Desprezos,
Avessos e direitos.

Por mais simples que pareço,
Mesmo em meio a adereços,
Nem julgo, nem compadeço
Aos que a vida transpareço

Pois complexos são os terços
Rezados em seus leitos
E somente seus os segredos
Que forjam o seu respeito

Respeito

Aceito
Apreço
Avessos e direitos
Amigos se desprendem de conceitos.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Nem 80, nem 8

Nem é pobre, nem é rica
Nem saudável, nem doída
Nem alegre, nem sofrida
Nem chegada, nem partida.
A vida nem é a letra maiúscula, nem o ponto final.
É sujeito e predicado, é emoção no racional,
a ação dos verbos, o aposto explicativo
o artigo indefinido, a exceção gramatical.
E em suas reticências cabe tanta experiência, muito além das diferenças no oposto diametral.
Meandros, meio, miolo,
a liga, o tijolo,
o que nos compõe, o que sentimos dos outros...
Isso que a constrói.
Nem 80, nem 8.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Vida vivida

Tanto tempo que não venho aqui
Mas às vezes sumir é um bom sinal
Afinal precisamos seguir
e sentir que viver tem bem e tem mal.

Se feliz, nem penso em poema
Já o dilema me faz produzir
Aqui e ali, sem rima ou com trena
Acena a ideia, de pronto, ao sair.

O tempo, se sabe, nem sempre é amigo
E isso eu digo de tanto correr
Descer, subir escada, em conflito
Aflitos, os pés não devem ceder.

Mas então como vai sua vida?
Depende do dia, depende da lida
Ou como me vejo em meio à rotina
Se ganho carinho da minha felina
Como me encaixo em tanta entrelinha
que me tece em pano de estamparia
E me deixa assim...achada e perdida
Em meio a desejos, planos e a própria vida vivida.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Transição


Estar em período de transição é algo conflituoso e incômodo. Não gosto de me sentir incomodada...mas e quem gosta? Gostamos de sentir a estabilidade nos acolhendo, nos protegendo de todos os perigos das novidades do mundo lá fora. O medo de errar, de perder, de ter que escolher, nos rodeia como um carrasco esperando a sua vítima. Medo de viver...mas viver é se arriscar, é de repente topar com pessoas ignorantes, grossas e antiéticas, com pessoas que não valorizam o seu trabalho, com seres ínfimos que conseguem tirar sua paz.  Medo de se submeter a testes de adequações de padrões preestabelecidos, medo de não estar nesses padrões... de não ser aceito, de não aceitar, medo de não crescer. Mas, viver é se arriscar. Mas, não quero me arriscar...mas, quero viver.  É, isso é incompatível e tão desejado. Tudo bem...dentre os riscos estão boas surpresas. E não o presente passado de Koselleck, mas o presente este mesmo, já, neste......exato segundo, nestas vivências imediatas. Esta é a única chance temporal que temos de mudar este sentimento de nó na garganta, que adoece (por vezes literalmente) e nos deixa entregues à angústia. Sei que devo me agarrar a isso, ao otimismo e findar este pequeno texto com uma mensagem de esperança para mim mesma. Prefiro ser realista ao ponto de dizer: sim, você vai continuar encontrando pessoas imbecis e pequenas pelo caminho, e vai ter que lidar com isso; você precisa se preocupar sim em se adequar aos espaços que quer pertencer; você vai ter que escolher o tempo inteiro sobre os rumos da sua vida; e em meio a tudo isso, a pesar de tudo, terá pessoas que valem a pena estar perto, amar de que forma for, desejar o bem delas. A vida é essa ausência de definição, que deve ser vivida e ponto.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Flor



Uma rosa desabrocha numa noite de luar
Vem da flora a estranha hora para o novo despertar
E agora? Vai embora? Ou da rosa vai cuidar?
“Fica posta em meia hora a mesa para o seu jantar”

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Simplória (?)

Será que ela é tão simplória quanto acha-se que ela é?
De fácil leitura, de caminho previsível e fala esperada?

E os pensamentos?
- Ah! Estes nunca mudam, são de verdades absolutas.

Atitudes sem surpresas.
Se os argumentos fogem do seu “padrão”, são certamente mentirosos.

Ousar mudar?
- Jamais! Isso não faz parte dela... Eu a conheço e sei que não faz parte dela.

Ela é linear, teleológica, como toda boa pessoa simplória.
De fácil entendimento, simples de decifrar.

É o oposto de pessoas complexas e indecifráveis, que nunca serão entendidas e desvendas. Pessoas tidas, pelos simplórios, como estranhas e até mesmo chatas.
Um Simplório jamais se entenderia com um Complexo, não teriam a capacidade de abstração necessária para manter um diálogo com um desses, sendo impulsionado a zarpar o mais de pressa possível.

Mas, tem algo errado... uma Simplória “metida” à Complexa?
Que procura entender um grão do chão da essência de um Complexo e gerar um equilíbrio?
Ela por mais que, ao ser vista como uma Simplória, não gere credibilidade nas suas mudanças, procura sim mudar para melhor, pensando na harmonia e na felicidade que abarque os dois lados da moeda.

Ela que não suporta ser previsível e constante em seus defeitos. Mesmo aos poucos, um por vezes, tenta ajusta-los, refletir sobre eles.

Mas, então...Ela não é tão simplória assim!

Não, não é.

Simplórios não refletem o próprio fato de serem simplórios... apenas vivem, pulam, cantam e dançam, e são felizes assim.
Ela não. Começou a dosar o sentido de “felicidade”.
É, mas ela tem que entender que isso não será aceito de imediato. Isso será constatado em atos (ela espera que sim...).

E agora só me resta desejar sorte, paciência e ainda mais compreensão à quem vai lidar com essa Simplória “metida” à Complexa.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Correndo




Correndo...

Contra o tempo
Contra o medo,
Cobiça e desalento

Contra o vento
Que me acalma
Afaga o rosto,
Sorriso exposto

Correndo...

E vendo que o fim
É o próprio meio...
Com apresso,
Acelero o tempo

Correndo...

Com o corpo
Com a mente
Sempre em frente
Com intento  

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Especialmente só deles




Quer ser desarrumada, descabelada, impactada...
Ser pega pelo braço, puxada contra peito másculo.
Sentir o deslizar dos lábios...
Sentir o deslizar...

A cintura ser uma curva perfeita para o pressionar das mãos.
As pernas serem a moldura perfeita...
A pele exalando desejo com aroma de romã e manga
Pedindo silenciosamente, sinuosamente, por aquele corpo.
Dedos entre os cabelos
Bocas se devorando
Respirações se confundindo
Calcanhares cruzando nas costas
Mãos que vão para as coxas, com força...
Sons
Suor
Grunhidos
Palavras
No ouvido...
Pressionando, arranhando...
Línguas sentindo o gosto da pele, dos lábios...
Olhos fechando, corpos se confundindo...
Chegando juntos a um lugar só deles...
Especialmente só deles...

domingo, 14 de outubro de 2012

Drama


Negar um telefonema
Nem permitir uma alternativa
Com uma linha predefinida
Finda um inexistente dilema

A boca que agora cala
Avesso da mente que grita
“Mas já tem outra saída!”
Sufocada pela lógica clara

Deixemos que se pense
Vai ser difícil de entender
A culpa vai aparecer
Mesmo que indevidamente

Ainda que eu diga não
Que foi a escolha mais sensata
Que não há linha intacta
Ficarei sem ter razão