Tempo...

O que é o tempo?
O passar constante, mecânico, ritmado?
Nosso tempo não é de relógio, não é o da sociedade moderna.

Não é desse tempo que quero falar...
Quero o tempo do sentimento,
O que passa a passos lentos
Mas que custa a eternizar.

Sempre estamos a procurar
Novo ritmo,  novo dançar
Novas formas de ver, de ler
De se encantar.

E o encanto do tempo
Em forma de vento
Também pode passar
Pela noite a dentro
Como brisa de mar

O tempo refúgio
Sempre com rumo
Vem acalentar
A saudade do tudo
A vontade da amar.

Alquimia

O que fazer com a mudança?
Às vezes ela é acidentalmente inevitável.
Só nos resta torná-la, pelo menos, suportável.

Como transformar ócio  em diversão?
Como transformar solidão em tempo para sí mesma?
Como transformar limitações em tempo de descanso?

Alquimia...o gesso sendo transformado...

Vício

"Louca como um tigre"

Faminta, sedenta

Com crise de abstinência

Ela quer a voz doce

Ela quer o toque

Ela quer a presença

Dias longos de distância

Horas longe de ter fim

No seu corpo a insistência

Isso é vício.

Ok

Esperemos, então...

Limiar

Não tem como pensar em vida como sinônimo de constância.
.
Quando a ilusória estabilidade vai decantando...
vem uma onda de acontecimentos e desalinha essa fina areia.

Viver é sofrer:
Ansiedade
Medo
Tensão
Pânico
Perda
Tristeza

Viver é querer:
Tranquilidade
Serenidade
Paz
Lealdade
Credibilidade
Reconhecimento

Mas o bagunçar na vida é o que a constitui e nos faz não errar mais.
Óbvio que ninguém quer sofrer, que não se precisa necessariamente do sofrimento para crescer.
Mas tem que se dar uma utilidade para ele,
não somente o de desidratar os olhos dos que baixam a cabeça.

Viver é esperar a pancada com a cabeça erguida,
Com a capacidade de sempre ser melhor que hoje.
Por mais que isso canse, é o que tem que ser feito.

Viver é saber que tem alguém que está aqui, pronta ou pra te segurar no  fim da queda
Ou pronta para te abraçar na hora do alívio.

DR com a Paciência

A Paciência insiste em me abandonar...

Escorregadia, quando penso que a peguei pelo braço, 

ela o desliza, me empurrando com a sua mão.

Presente ausência que me consome todos os dias...

Já nem lembro quando foi nosso último encontro pleno,

A última vez que estivemos juntas.

Desculpe-me, Paciência, se a magoei, se a importunei, se a fiz ir embora...

Sempre estou te seguindo,

Contando ate 30, respirando fundo, pensando em paisagens bonitas...

Mas você se faz de difícil...ai ai...

O que eu tenho que fazer para te ter de volta, minha querida?

Mudaria minha vida inteira se preciso!

É isso! Mudarei por você!

"emmanando" autenticidade

O que mais eu ouço são opiniões comuns...muito bem direcionadas ao se tratar de um casal comum.

O que não é esse o caso.

"Ainda não enjoou?!"

"Cuidado! ele está te enrolando..."

"Deve estar 'morno' já..."

Não,

Não,

Não.

O tempo sempre está nos mostrando mais uma fagulha, mas um detalhe que ainda não tinha sido percebido, mais formas novas de olhar a mesma pessoa. 

Somos os mesmos...

Mas não somos os mesmos.

Somos mais.

Mais que um simples "eu e você", nós "somos".

Somos autênticos.